A Praça Santos Dumont, na Trindade, amanheceu praticamente limpa nesta terça-feira (7), depois da festa do Pida, como é chamada a recepção espontânea a novos estudantes da Ufsc. Durante a madrugada, até sete pessoas foram remanejadas da roçagem do Centro para atender o evento, depois que estagiários de Comunicação da Prefeitura de Florianópolis e o Centro Acadêmico Livre de Engenharia Sanitária e Ambiental (Calesa) preveniram a Secretaria Municipal de Limpeza e Manutenção Urbana (SMLMU) sobre as atividades e o risco de geração de resíduos na praça.
“Temos de melhorar isso: qualquer evento em espaço público precisa ser solicitado formalmente às autoridades competentes com 30 dias de antecedência. Mas, conseguimos evitar situações piores que ocorriam antes da pandemia e voltaram a ocorrer em 2022”, aponta o secretário municipal de Limpeza e Manutenção Urbana, João da Luz.
Em abril e agosto de 2022, as festas de recepção aos calouros surpreenderam as equipes de limpeza da praça com quase duas toneladas de materiais recicláveis, como sacos, garrafas plásticas e de vidro, descartada no chão da praça. Dessa vez, foram instalados contentores (latões) e estimulado o uso dos pontos de entrega voluntária (PEVs) de vidro.
Quantidade de rejeito diminui, mas ainda é alta
A quantidade de resíduos misturados (rejeito) que seguirá para aterro sanitário vai diminuir praticamente pela metade, estima o chefe de Limpeza Pública da Base Operacional Comcap Centro, Alexsandro Andrade. Ainda assim, serão recolhidos até o final da operação, mais de 50 sacos de lixo de 100 litros, com peso médio entre 15 e 25 quilos. Isso porque, inclusive garrafas de vidro deixaram de ser levadas até os contentores, ficaram pelo chão, quebradas e não há condição de fazer a triagem mais.
“Não há condição de separar esses resíduos depois que estão no chão, misturados, contaminados, com vidros quebrados. Se fosse fazer isso, não terminaríamos nem ao meio-dia”, aponta João da Luz.
Floripa busca inovar em limpeza pública
De acordo com a prefeitura planeja inovar na coleta seletiva de materiais recicláveis durante eventos na capital que mais recicla. A responsabilidade pela logística reversa das embalagens de bebidas no pós-consumo, explica ele, é, por lei, compartilhada pelo fabricante, comércio, consumidor e poder público. “Temos feito uma parte, mas todos tem de ajudar a garantir que papel, plástico, metal e vidro usados dentro de casa ou na rua voltem para o ciclo econômico pela reciclagem”, posiciona o secretário.
“Estamos engatinhando nisso no Brasil inteiro, procurando equipamentos e modos de minimizar o impacto dos eventos principalmente os realizados nas ruas. A cidade é para todos o tempo inteiro: cuidamos dela para quem circula à noite, e logo de manhã, para quem vai à festa ou à missa, à praça ou à praia”, afirma João da Luz.