Praticar exercícios físicos regularmente, alimentar-se de forma saudável, beber bastante água, dormir pelo menos sete horas todas as noites, não fumar. Essas são algumas das recomendações médicas que aprendemos, há muito tempo, sobre os hábitos diários que contribuem para uma vida saudável e para a longevidade.
No entanto, outro elemento pouco comentado e que, aos poucos, vem ganhando espaço nesta lista, é a construção de laços sociais positivos. A ciência, cada vez mais, reconhece a importância dos relacionamentos de qualidade e como estes desempenham um papel fundamental na vida das pessoas, moldando suas experiências emocionais, mentais e físicas.
Especialistas reforçam que contar com uma rede de apoio social positiva ajuda a controlar o estresse, a ansiedade e a combater doenças como a depressão.”Ter amigos é como ter uma rede de segurança emocional,” afirma Kellen Cristina Caetano Oliveira, psicóloga da Unimed Grande Florianópolis. Segundo a profissional, os amigos oferecem apoio nas horas difíceis, celebram conquistas e, acima de tudo, aceitam as pessoas como elas são, de modo que essa aceitação incondicional é fundamental para a saúde mental e emocional. “Além disso, estudos mostram que pessoas com laços sociais fortes têm menor incidência de depressão e ansiedade.
Outro aspecto positivo sobre a amizade recai na interação social, que estimula a produção de hormônios como a oxitocina, conhecida como o “hormônio do amor” e promove sentimentos de felicidade e bem-estar. “A presença de amigos pode diminuir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse”, ressalta Kellen.
Esporte associado à amizade
Outro ambiente muito favorável para as relações sociais são os grupos de esporte. Além de promover condicionamento físico e qualidade de vida, a atividade física desempenha um papel crucial na construção e fortalecimento das relações sociais. Ao unir pessoas em torno de um objetivo comum, a prática se torna uma poderosa ferramenta para criar laços afetivos e sociais.
Quanto aos benefícios físicos desta interação, o cardiologista da UGF Cárdio, do Hospital Unimed, Dr. José Kostetzer Junior (CRM 18668), explica que manter um círculo de amizades reduz consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares.
Segundo ele, pesquisas comprovam que a amizade evita a ansiedade e depressão, de modo que ter amigos contribui para longevidade, pois as emoções positivas causadas com a sua presença promovem o autocuidado e a qualidade de vida. “Um amigo pode auxiliar no movimento ou na manutenção de novos hábitos de vida, como ter companhia na prática esportiva, ou deixar de fumar, por exemplo”, destaca o médico.
Avalie as amizades
A amizade somente deve fazer sentido quando ela é positiva, ou seja, quando há benefício para ambos. De acordo com as psicólogas Maria Luiza Teixeira Cardoso e Ana Priscila Rischter, a amizade fortalece vínculos, traz sensação de pertencimento e remete a períodos da vida dos quais sentimos saudade. “Ter amigos é um dos pilares mais importantes para o bem-estar emocional e psicológico.
No entanto, nem todas as amizades são benéficas”, avalia Maria ao considerar que alguns relacionamentos podem ser tóxicos e prejudiciais à saúde mental do indivíduo. “Amizades que drenam a energia e minam nossa autoestima precisam ser reavaliadas”, aconselha Ana. De acordo com as especialistas, quando nos cercamos de pessoas que realmente se importam conosco, nossa autoestima se fortalece, e nos sentimos mais seguros e confiantes. “Afastar-se de amizades tóxicas pode ser difícil, mas é um ato de autocuidado necessário para uma vida equilibrada e plena”, conclui.
E quanto a você, tem sustentado as suas relações sociais e cultivado boas amizades?!
