Em alusão ao Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, celebrado em 23 de junho, o Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina (Senge-SC) promoveu, na noite de quarta-feira (26), o evento “Senge Mulher 2025: Mulheres que Constroem Caminhos”, com o propósito de valorizar a presença feminina na engenharia e estimular o fortalecimento de redes entre profissionais de diferentes áreas.
O encontro aconteceu no auditório do Senge-SC, em Florianópolis, e reuniu mulheres da engenharia, educação, assistência social, comunicação e serviço público em uma noite marcada por relatos de superação, reflexões sobre a carreira e incentivo à ação coletiva. A iniciativa faz parte do programa Senge Mulher, criado em 2023 para ampliar a representatividade das engenheiras, promover a troca de experiências e apoiar a construção de soluções em rede.
Idealizado pela presidente do Senge-SC, Roberta Maas dos Anjos, o projeto busca ir além da celebração simbólica de datas comemorativas. “O Senge Mulher 2025 é mais que um evento — é um movimento. Reunimos mulheres que constroem, lideram e transformam, porque quando nos unimos, ampliamos nosso poder de transformação”, afirmou Roberta.
Vozes que constroem
Três palestrantes trouxeram ao público olhares complementares sobre os desafios e conquistas em suas trajetórias profissionais. A primeira a falar foi a engenheira sanitarista Adeliana Dal Pont, atual secretária de Estado da Assistência Social, Mulher e Família. Primeira mulher a comandar a prefeitura de São José, ela contou como a formação técnica na engenharia a preparou para encarar os desafios da gestão pública.
“A engenharia me ensinou a construir soluções. A gestão pública me mostrou como transformar teoria em prática. Cada passo é um caminho entre o que somos e o que podemos transformar”, afirmou.
Em seguida, a engenheira civil Fabiane Zanco Bortolanza, especialista em obras de arte especiais, emocionou o público com seu depoimento sobre fé, trabalho e persistência em um setor ainda predominantemente masculino. Com mais de 16 anos de experiência na construção pesada, ela destacou a importância da presença feminina nos canteiros e nos cargos de decisão.
“Erguer pontes é mais que técnica — é um ato de coragem. Aprendi com minha família e com a fé que tudo que fazemos com verdade retorna para nós”, destacou.
Fechando o ciclo de palestras, a engenheira civil e de segurança do trabalho Karla Maria Zavaleta, vice-presidente do Senge-SC e integrante da SCGÁS, trouxe uma abordagem sobre saúde, bem-estar e equilíbrio. Referência em entidades da engenharia de segurança, ela enfatizou o papel do autocuidado como base para uma atuação social mais efetiva.
“Cada ação que promovemos visa não apenas proteger vidas, mas também construir um futuro mais equilibrado e justo. E tudo começa pelo autocuidado — quando cuidamos de nós, estamos mais preparados para cuidar do outro”, disse.
Um caminho coletivo
Ao final do evento, as palestrantes deixaram uma mensagem unificada de coragem, empatia e resiliência, encorajando as participantes a seguirem firmes em suas jornadas profissionais e pessoais.
Dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) mostram que a presença feminina na engenharia ainda é minoritária: as mulheres representam 20% dos registros ativos. No entanto, essa participação tem crescido acima da média nos últimos anos — 36% das profissionais se registraram nos últimos cinco anos, frente a 24% entre os homens.
Mais do que um evento, o Senge Mulher 2025 reforça o papel do sindicato na promoção da equidade de gênero, ampliando espaços de escuta, acolhimento e reconhecimento das mulheres engenheiras.




