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Instituto Comunitário Grande Florianópolis celebra 20 anos com diálogos sobre a força das comunidades

Patricia Peixoto, presidente e uma das fundadoras do ICOM, abriu o encontro falando do orgulho destas duas décadas de atuação

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O Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM) completou 20 anos nesta terça-feira, dia 25, com um grande evento realizado no espaço que sedia a organização, a Acate Downtown, na capital catarinense. Uma tarde de diálogos foi o ponto alto da Semana de Inovação Social da Grande Florianópolis que marca o aniversário da entidade.

Patricia Peixoto, presidente e uma das fundadoras do ICOM, abriu o encontro falando do orgulho destas duas décadas de atuação. “Fazer 20 anos não é fácil, porque manter viva uma organização impõe captar recursos, mudar culturas”, avaliou. 

Ela explicou o objetivo do evento que celebra a entidade: “Quando a gente pensou em celebrar, entendeu que deveria ser algo para fazer parte do calendário da cidade, que é a Semana de Inovação Social. E nosso desejo é que ela aconteça todos os anos na semana de aniversário do ICOM”.

Sobre o Instituto, Patricia explicou que “o ICOM é uma fundação que escuta e articula diferentes públicos, ponderando, mediando e tentando reunir tudo isso em prol do desenvolvimento territorial da comunidade em que a gente está inserido”.

Ela lembrou também que a entidade foi criada por cinco mulheres, entre elas Lucia Dellagnelo, que trouxe para o Brasil o conceito de fundação comunitária e tornou o ICOM a primeira do Sul do Brasil.

Atualmente, Lucia é vice-diretora de Educação e Habilidades da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris. De lá, enviou um vídeo para celebrar o aniversário da entidade que ajudou a criar: “Quando há 20 anos sonhamos o ICOM, tínhamos a convicção de que nossa comunidade tinha espaço para sonhar e construir as soluções para os próprios problemas. Eu lembro da sensação de estar construindo algo que não tinha nome, mas já tinha propósito”. 

A fundadora falou também sobre a essência de uma fundação comunitária: “Quando uma comunidade se reconhece, descobre a força que existe em cada vínculo, se torna capaz de se transformar e transformar o mundo à sua volta. Ao longo desses 20 anos, o ICOM sempre esteve atento ao que faz uma comunidade florescer”. 

Ela acrescentou que “ao conectar quem quer contribuir com quem faz a diferença lá na ponta, o ICOM criou pontes”, e que para a organização “doar não é apenas transferir recursos: é um ato de pertencimento”.

“Se hoje celebramos 20 anos não é para olhar para trás com saudade, mas para o futuro com coragem”, finalizou Lucia.

O gerente-executivo do ICOM, Willian Narzetti, falou sobre o momento atual da organização: “A gente está se posicionando como uma organização cada vez mais forte em inovação social”. Entre os trabalhos em andamento, estão o Programa de Desenvolvimento do Frei Damião, em Palhoça, o diagnóstico da população idosa de Florianópolis, o diagnóstico da criança e do adolescente de São José e o Democratizatec, que busca acelerar conhecimentos e habilidades em tecnologias para as organizações que atendem crianças e adolescentes.

Willian também apresentou o impacto do ICOM ao longo de 20 anos: foram R$ 23 milhões mobilizados, R$ 16 milhões investidos na comunidade, R$ 7 milhões doados diretamente à sociedade civil, e mais de 2.800 organizações, formais e informais, assessoradas. Além disso, o ICOM criou o primeiro banco comunitário de Santa Catarina durante a pandemia de covid-19, com mais de R$ 2,5 milhões repassados às famílias apoiadas.

Transformação social

O evento desta terça-feira teve painéis e palestras sobre os impactos do trabalho do ICOM, a resiliência do território e a preocupação com questões climáticas. O painel “Território como caminho: aprendizados para inovar e transformar realidade” tratou do Programa Frei Damião, que está entrando no terceiro ano, com previsão de cinco anos. 

No total, já foram R$ 29 milhões investidos por parceiros na comunidade, e mais R$ 12 milhões captados em dois projetos aprovados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O programa abrange a comunidade de maneira ampla, passando por habitação, pavimentação, saneamento e outras áreas que impactam diretamente na qualidade de vida da população.

Rebecca Goulart, representante da Prefeitura de Palhoça, celebrou que desde o início do projeto, “o Frei Damião é outro”. “Quem conheceu há dez anos não reconhece hoje”, afirmou.

Carla Moraes, coordenadora de operações da Aegea em Palhoça, empresa parceira do programa, também falou da importância da iniciativa. “O que a gente aprendeu na companhia é a escutar a comunidade. A gente entende que não há dignidade sem saneamento básico”, defendeu. 

Vladimir Borges Ribeiro, presidente da Associação de Moradores do Frei Damião, garantiu que há uma grande mudança em andamento no território: “A gente consegue ver a mudança na qualidade de vida das pessoas. O que a gente espera é a dignidade que a área nobre tem hoje, que nossas crianças possam sonhar”.

Na sequência, Gisele Mara Schena, coordenadora de projetos do ICOM, apresentou dados do Diagnóstico de Migração do Frei Damião. “Tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais as pessoas que fazem parte do local”, explicou. Foi apresentado um vídeo com histórias de migrantes no bairro, que mostra também a transformação no território nos últimos anos.

Resiliência climática

O segundo painel recebeu o nome “Depois da COP30: caminhos para uma resiliência construída nos territórios”, e contou com a participação de Regina Panceri, da Defesa Civil de Santa Catarina, e Guilherme Silva, diretor do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis). Jonathas Azevedo, diretor-executivo da Rede Comuá, enviou um vídeo com relato da atuação da organização na COP. 

Foi destacada a necessidade de cooperação multissetorial. “O ICOM faz isso muito bem, que é trabalhar em parceria com empresas, com governo, com a sociedade civil”, disse Regina. Guilherme também falou sobre a importância de parcerias para que a transformação social ocorra: “É preciso unir as potencialidades de cada um”. 

Novo edital do Fundo de Impacto para Justiça Social

Mariana de Assis, coordenadora de projetos do ICOM, compartilhou a experiência da organização com fundos emergenciais preventivos. Desde 2008, foram mais de 20 mil pessoas impactadas pelos fundos do ICOM e R$ 2,9 milhões investidos.

Entre as práticas locais atuais, o ICOM lançou um guia de criação de fundos comunitários para inspirar outras organizações da sociedade civil de todo o país e participa de um programa pioneiro do Idis que auxilia outras entidades a implantar seus fundos.

Mariana questionou: “O que a gente quer para os próximos 20 anos?”, e defendeu que é preciso cuidar do agora para proteger o amanhã. Neste sentido, o ICOM lançou no evento desta terça o novo edital do Fundo de Impacto para Justiça Social (FIJS) com foco em fortalecer iniciativas de resiliência climática e justiça ambiental em territórios vulneráveis da região.

Cinco organizações, formalizadas ou não, serão apoiadas com R$ 20 mil cada e assessoramento técnico do ICOM. Todas as informações sobre o edital estarão disponíveis no site icomfloripa.org.br.

Por meio do fundo, pessoas físicas e empresas doam mensalmente para apoiar causas de justiça social na Grande Florianópolis. O FIJS foi criado pelo ICOM em 2018. Mariana destacou: “Não se faz filantropia sem recurso financeiro”.

A semana do ICOM

O evento desta terça-feira encerrou com homenagens a pessoas que fazem parte da história do ICOM e um happy hour

Além desta atividade, o ICOM recebeu na segunda-feira homenagem da Câmara de Vereadores de Florianópolis e receberá menção honrosa da Assembleia Legislativa de SC (Alesc). Nesta quinta e sexta-feira, a entidade participa de um seminário da Defesa Civil.

Criado em 2005, o ICOM atua como fundação comunitária, apoiando empresas e indivíduos para que possam fazer investimentos sociais e doações com alto impacto social. Ao mesmo tempo, auxilia organizações da sociedade civil a terem uma gestão mais eficiente e a servirem como canais de participação dos cidadãos para melhorarem a qualidade de vida na Grande Florianópolis e em Santa Catarina. Saiba mais no site.

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