Em conversa com os moradores no local do rompimento do reservatório R4 no Monte Cristo, em Florianópolis, o diretor-presidente da CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) Edson Moritz pediu desculpas pela tragédia e garantiu que será feita uma vistoria geral em unidades de reservação de água pelo estado.
“Queria pedir desculpas, ainda que não seja desculpável o que aconteceu, com toda sinceridade”, afirmou o presidente. “Agora, nossa primeira questão é o cuidado e a saúde de vocês, e estamos mobilizados desde a primeira hora para fornecer rapidamente alimentos e abrigo. Enquanto todos não estiverem com o mínimo de conforto, não vamos sair daqui com a equipe.”
Nos próximos dias, a Companhia estará mobilizada para fazer vistorias gerais nos demais reservatórios de concreto, a fim de garantir a segurança do sistema hídrico e evitar futuros rompimentos. Todos os 475 reservatórios do material em Santa Catarina passarão por avaliações locais, acionando também as empresas contratadas pela CASAN para a construção.
O diretor-presidente Edson Moritz também salientou a necessidade de responsabilização de quem construiu o reservatório, que tem cinco anos de garantia e apenas 17 meses de uso. “Houve uma falha que gerou essa catástrofe e nós vamos fazer uma apuração técnica para achar os responsáveis, com toda a ênfase.” Moritz também confirmou que uma vistoria já foi feita na estrutura do reservatório R4 e que não há risco de novo colapso no local. A instalação, no entanto, deve ser demolida.
O rompimento do reservatório de 2 mil metros cúbicos no bairro Monte Cristo, região continental de Florianópolis, ocorreu às duas da manhã desta quarta-feira, na Rua Luís Carlos Prestes. Não há descontinuidade no abastecimento na região. No local, a diretoria e as equipes técnicas da CASAN estão mobilizadas desde a madrugada para conter os danos causados pelo rompimento do reservatório e fornecer apoio às famílias.
A ação é feita pela Companhia em conjunto com lideranças comunitárias, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil, Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família, Secretaria Municipal de Segurança Pública e Guarda Municipal. Foi estabelecido um posto de comando na sede do 22° Batalhão de Polícia Militar (BPM), próximo à estrutura rompida, e todo o atendimento está concentrado no próprio local.
Estima-se um número de 92 casas atingidas e 150 famílias a serem indenizadas. A CASAN montou um ponto de atendimento no local com duas tendas e está fornecendo roupas, sapatos, produtos de higiene e aproximadamente 250 refeições na Paróquia do Sapé. Cerca de 40 engenheiros da Companhia também estão em campo para avaliar bens perdidos e imóveis, e em paralelo é feito o cadastro dos moradores para avaliação dos imóveis e para acesso a abrigos. Até o momento, 32 famílias já foram dirigidas para hotéis. Moritz pretende antecipar uma ajuda financeira aos desabrigados nos próximos dias.
Durante a manhã, o governador Jorginho Mello também se dirigiu ao local e prestou apoio e esclarecimentos aos moradores. “Vamos fazer tudo o que for possível, imediatamente fazer a vistoria para entender o que aconteceu e depois recompor a propriedade, os móveis das pessoas”, disse o Governador. “Esse reservatório foi entregue em março de 2022, então vamos apurar com responsabilidade técnica, sem caça às bruxas, mas entendendo que é necessário enfrentar, assumir, pagar e responsabilizar.”
Também compareceram ao local pela manhã o prefeito interino de Florianópolis João Cobalchini e a Secretária de Estado da Assistência Social, Mulher e Família Maria Helena Zimmermann. O prefeito em exercício frisou a necessidade de apuração dos fatos. “A gente não vai se omitir. Seja como prefeito interino ou como presidente da Câmara de Vereadores, garanto que vamos acompanhar e fiscalizar para que todas as pessoas sejam acolhidas e ressarcidas e depois apurar se houve alguma negligência ou irregularidade”, colocou Cobalchini.
Já a secretária estadual frisou a importância do apoio às famílias diante da situação. “É nossa obrigação dar esse acolhimento. O estado está comprometido, a equipe da secretaria está ajudando com o cadastro para poder depois verificar onde elas vão dormir e o período em que elas vão ficar em abrigo. Vamos fazer o melhor que o estado pode”, explicou Zimmermann.
VEJA ABAIXO NOTAS OFICIAIS:
Nota Oficial referente ao rompimento do reservatório de água da CASAN no Monte Cristo – Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) – 06/09/2023
A ACIF, representando uma ampla gama de empresas e empresários comprometidos com o desenvolvimento de Florianópolis, expressa profunda solidariedade com as famílias afetadas após o rompimento do reservatório de água da CASAN no bairro Monte Cristo.
A entidade, que há muito tempo tem acompanhado de perto as questões de saneamento na cidade, pede uma resposta rápida e eficaz por parte da CASAN para amenizar o sofrimento dos moradores que perderam tudo durante a última madrugada.
A associação buscará através do Banco de Alimentos de Santa Catarina, do qual é co-fundadora, uma campanha de arrecadação de alimentos para fornecer assistência às famílias afetadas, garantindo que elas tenham acesso a alimentos essenciais durante esse momento difícil. A ACIF também convoca outras entidades empresariais e cidadãos para se unirem em solidariedade às vítimas.
“Nossa solidariedade vai além das palavras. Além de esperar respostas sobre o que aconteceu, estamos comprometidos em agir imediatamente para aliviar o sofrimento das famílias afetadas. Esperamos ainda que neste momento de dor e angústia para as famílias que a CASAN tome medidas rápidas e eficazes para mitigar os danos causados e prestar assistência às vítimas”, afirma Célio Bernardi, presidente da ACIF.
A ACIF acredita que a segurança e o bem-estar de todos os habitantes de Florianópolis devem ser prioridades inegociáveis, e o recente evento demonstra como o descaso com as questões de saneamento pode ter consequências devastadoras.
Equipes da CASAN em apoio no local. Foto: Acervo CASAN.