Sérgio Guimarães quer colocar a família na política
Sabe quando o cidadão é eleito como um outsider, pregando uma nova política, diferente, e em menos de um ano de mandato se transforma num replicador das velhas práticas políticas. É exatamente isso que está acontecendo com o deputado estadual, Sérgio Guimarães (União Brasil), que tem base em Palhoça.
Seguindo o exemplo de velhas raposas políticas de Palhoça, o deputado já emite os sinais de que vai tentar enfiar goela abaixo do eleitor, no ano que vem, a sua mulher numa chapa para disputar a prefeitura de Palhoça. Postagens nas redes sociais, tanto de Serginho quanto do seu parceiro político Luciano Pereira, apontam para a formação de uma chapa tendo Luciano à prefeito pelo PSD e a esposa do deputado, Dayana Wolf compondo como vice, pelo União Brasil.
O trio já se mobiliza através das redes sociais e inclusive através de eventos de pré-campanha. O deputado usa o mandato para dar mais exposição ao projeto que pretende dar uma garupa política à mulher. Não há nenhuma irregularidade no movimento. Mas há quebra de discurso do autointitulado político da chamada “nova política”, demagogia e hipocrisia.
Sérgio Guimarães está tentando replicar o jogo de casal que se retroalimenta na política feito há alguns anos pelo ex-prefeito Ronério Heiderscheidt e por sua esposa, a ex-deputada Dirce. Aliás, ambos varridos da vida política pelas urnas.
Outra inspiração de projeto familiar para Sérgio pode ter sido o ex-prefeito Camilo Martins que troca cargos com seu pai, Nazareno Martins que até ano passado era deputado estadual e entregou a cadeira na Alesc para o filho, neste mandato. Foi uma retribuição, visto que Camilo se elegeu prefeito usando a plataforma do pai, que foi vereador de Palhoça por seis mandatos, além de ter ocupado outros cargos, antes de eleger o filho Camilo prefeito.
Urnas e projetos familiares
É bom o deputado estadual Sérgio Guimarães acompanhar com um olhar mais crítico esses projetos familiares na política. As eleições do ano passado trouxeram alguns cases de insucesso de famílias tradicionais na política. O principal foi o vexame dos Maldaner no Oeste. Celso, então deputado federal e presidente do MDB, forçou a mão para colocar sua mulher, Rose, como candidata a deputada estadual e ele concorrer a Senador. Ambos foram mandados para Maravilha, aposentados da política.
Outro exemplo é a família Amin. O filho, João, tentou a reeleição a deputado estadual e não conseguiu; a mãe, Ângela, ficou pelo caminho ao tentar mais um mandato a deputada federal e o pai, Esperidião, que estava com o cargo de Senador garantido, forçou para ser o candidato a governador pelo seu PP e amargou um quinto lugar com apenas 398.092 votos (nem 10%).
Conseguiram ao menos manter um no jogo político os Martins, em Palhoça, trocando na Alesc o pai Nazareno pelo filho Camilo, e os Lima de Blumenau. Nesse caso, o marido, Décio, concorreu a governador pelo PT e foi ao segundo turno (considerando o cenário estadual pró-direita até que um belo resultado) mas que não lhe entregou o mandato e ficou na chuva tendo que ser acolhido pelo presidente Lula com a presidência do Sebrae. Sua mulher, Ana Paula Lima, esta sim, chegou e é deputada federal.
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Câmara acompanha caso Monte Cristo
Os vereadores que integram a Comissão Temporária que acompanha os desdobramentos do rompimento de um reservatório da Casan na comunidade do Monte Cristo, região continental de Florianópolis, se reuniram na manhã de segunda-feira (11) com o presidente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento, Edson Moritz.
O encontro teve como objetivo prestar informações do trabalho feito até o momento pela empresa e as próximas providências de assistência de indenização às famílias atingidas. Ao todo 150 casas foram afetadas, prejudicando cerca de 400 pessoas da comunidade.
O diretor-presidente, Edson Moritz, destacou os esclarecimentos sobre o andamento de assistência aos atingidos expostos na reunião da comissão. “Esclarecemos aos vereadores um tema que é nosso, da prefeitura, da sociedade mobilizada, que é cuidar das pessoas com humanidade. Começamos a pagar as primeiras indenizações no sábado (9), e devemos ter uma quantidade enorme ao longo da semana. A gente sabe que existe um grau de apreensão das pessoas para receber, e nós temos que entregar esse valor para as pessoas devidamente documentadas. Essa é nossa responsabilidade”, afirmou.
O vereador Claudinei Marques (Republicanos) Presidente da Comissão, ressaltou os próximos passos do cronograma de ações na comunidade do Monte Cristo. “Entendemos nessa primeira reunião que a população realmente vai ser assistida de perto pela Casan. Nós como comissão temos como compromisso nesta semana ir até o local do incidente, conversar com cada morador de perto e ver se a população está sendo assegurada realmente. Esse é o nosso papel como vereador e essa comissão foi criada com objetivo de ajudar a comunidade nesse processo tão difícil”.
Vereadores foram estratégicos
Sobre a comissão formada no Parlamento da Capital para acompanhar os desdobramentos do caso da tragédia do Monte Cristo há que se enaltecer a decisão acertada dos vereadores. Tanto o vice-presidente, Claudinei Marques (Republicanos), quanto Manu Vieira (Novo) e demais vereadores envolvidos fizeram o certo. No dia do acidente foram ao local prestar solidariedade às famílias e cobram a Casan a assistência e agora fiscalizam as investigações para se saber as causas e possíveis culpados. Tudo sem alarmismos, mas com resultados práticos e focados no objetivo principal que é amenizar os dados aos envolvidos. Isso é uma postura de agente público maduro.
Um bom presidente
Igual postura pública de respeito há que se destacar é do diretor-presidente da Casan, Edson Moritz. Apesar de recém ter assumido a bronca que é a Casan e pegar um pandemônio dessa magnitude demostrou estar em sintonia com o cargo. O acompanhei na coletiva à imprensa horas após o ocorrido. Sempre sereno, mas objetivo, não fugiu de perguntas. Disse verdades, deixou claro o que não sabia naquele momento, mas iria atrás das respostas. Mostrou humildade sempre e se colocou à disposição de todos os convites para dar explicações. Fez todos os movimentos para atender o principal atingido nesse primeiro momento que são as famílias atingidas.
Que diferença para a postura da Casan naquele episódio da Lagoa em 2021. Há que se grifar a acertada do governador Jorginho Mello (PL) pela bela escolha de seu nome para dirigir a estatal. Estivesse à frente ainda o ex-presidente, Laudelino de Bastos o arranhão para a imagem da empresa seria ainda maior, pois a resposta não teria sido tão rápida como foi. Moritz implanta na estatal, a seriedade da iniciativa privada. Que continue assim.
Vergalhão fino
Ainda sobre essa questão da Casan alguns detalhes ainda precisam ser respondidos. O que mais chama a atenção é o fato de a empresa Gomes & Gomes, que construiu o reservatório do Monte Cristo, ter utilizado um vergalhão de aço 5 milímetros mais fino que o previsto no projeto executivo. Como a palavra quem fiscalizou essa obra? E a Aresc? Alguém terá que responder solidário à empresa e à Casan por essa tragédia.
Metade cheia
Outro detalhe é a informação trazida pela Casan de que o reservatório que se rompeu, entregue há apenas 18 meses, ainda estava em fase de testes. Por isso, ele estava ocupado com apenas 50% de sua capacidade. Resumindo: a tragédia poderia ser maior ainda se ele estivesse com 100% de sua operação.
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Aproveitadores
O vereador Jeferson Backer (PSDB) detonou políticos que demagogicamente foram até o Monte Cristo só fazer vídeo para as redes sociais, pisando sobre a desgraça alheia. Um dos seus alvos foi o ex-vereador Tiago Silva, especialmente porque até o ano passado Tiaguinho era conselheiro da Aresc que tem o papel de prevenir e justamente evitar que esse tipo de tragédia aconteça, através da fiscalização. “Agora quer colocar o tênisinho branco e ir lá na comunidade fazer vídeo. O senhor é um aproveitador”, disparou Backer, alertando que a Aresc é corresponsável pela tragédia. Além de ir ao local, o ex-vereador Tiago fez inúmeras postagens sobre o tema, expondo as vítimas e ainda direcionando críticas ao prefeito Topázio Neto (PSD).
Discrição
Certo fez o vereador João Bericó (UB). Disse que não foi ao Monte Cristo porque nunca frequentou aquela comunidade e tem sua base eleitoral no Norte da Ilha. “Não fui porque pareceria oportunismo”, disse. Mesmo assim, ele se sensibilizou com a comunidade. Igualmente fez o vereador Gemada. Também se colocando à disposição da comunidade, mas sem fazer sensacionalismo. Pena serem ilhas de bom senso. Sim, nesse acontecido, Bericó e Gemada são exemplos de retidão. É bom fazer o registro, porque o que teve de político agindo como abutres da desgraça alheia não está no gibi. Uma coisa é certa, se essa tragédia não ocorresse tão próximo às eleições municipais (que ocorrem ano que vem) com certeza muitos destes aproveitadores não estariam lá.
Suplentes assumem em São José
Na sessão ordinária de quarta-feira (6), dois vereadores foram empossados na Câmara Municipal de São José. São eles: André Francisco (MDB) e Alexandre Carpes de Souza (PL) que substituem, respectivamente, os vereadores Edilson Vieira (MDB) e Marcus Vinícius de Andrade (PL), ambos ausentes por 30 dias.
Orvino precavido
O prefeito Orvino Coelho de Ávila solicitou formalmente um parecer técnico da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) que garanta a segurança de todos os reservatórios de água instalados em São José. O pedido do prefeito foi feito logo após o rompimento de um dos reservatórios da concessionária na semana passada, em Florianópolis. O objetivo é afastar qualquer possibilidade de algo parecido acontecer em São José. “Não vamos permitir que a população josefense corra riscos por causa de obras da Casan. Eles terão que apresentar laudos que comprovem a segurança de todos os reservatórios. Vamos fiscalizar e cobrar até que estejamos certos de que nenhuma tragédia vá acontecer”, disse Orvino.
É bom lembrar, que nesta semana a Casan desativou para inspeção externa o reservatório da Forquilhinhas.
MANDOU BEM
MANDOU MAL
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