No Mês da Consciência Negra, a Escola Básica Municipal de Florianópolis João Alfredo Rohr, no bairro Córrego Grande, desenvolveu uma série de ações que integraram literatura, arte, música e diálogo para os estudantes dos 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental. As professoras auxiliares Joselia Farias e Monique Maia conduziram contações de histórias e propostas interativas que os aproximaram dos elementos culturais dos povos originários africanos.
Durante as atividades, as turmas de 6 a 8 anos de idade ouviram narrativas dos livros Obax, de André Neves, e Tecido em sementes: um encontro precioso entre dois continentes, escrito pela professora Monique. De acordo com Joselia, “as histórias despertaram conversas sobre coragem, imaginação, diversidade e respeito, além de contribuírem para o reconhecimento da presença e das influências africanas no cotidiano”.
Após a leitura, os estudantes coloriram flores que foram fixadas em um grande baobá, árvore de grande porte que, na cultura do continente africano, representa vida, resistência e sabedoria ancestral, exposto na biblioteca. Nas folhas da árvore, palavras de origem africana foram lidas e discutidas coletivamente, ampliando o vocabulário das crianças e evidenciando a presença dessa herança cultural na língua portuguesa.
Alguns exemplos foram as palavras “samba”, “quitute”, “capoeira”, “fubá”, “caçula” e “farofa”; objetos como “cachimbo” e “berimbau”; e nomes que descrevem pessoas ou características, como “moleque” e “dengo.
Eu sou porque somos
Segundo a diretora da escola, Daniela Antunes Figueredo Miranda, as turmas também vivenciaram o conceito de ubuntu, filosofia do “eu sou porque somos”, originária das línguas do Sul da África, que significa “eu sou porque nós somos”. A experiência ocorreu por meio do audiovisual de Tecido em sementes, que inspirou atividades em grupo, como a confecção de máscaras, pulseiras e colares.
Outra etapa da ação incluiu o manuseio de instrumentos musicais como berimbau, pandeiro, chocalho, bongô, atabaque e afoxé, além da observação de diferentes máscaras africanas, ampliando o repertório simbólico e artístico dos estudantes.
Para Daniela, a proposta reforça valores como respeito, identidade e pertencimento, além de incentivar a apreciação de diferentes culturas.
Ao longo do mês, novas ações estão previstas, com contações de histórias, atividades pedagógicas e intervenções artísticas que abordam a importância da cultura africana.










