Referência da cultura açoriana e responsável por manter viva a tradição que faz de São José a capital da louça de barro, a Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros celebra 33 anos de história renovando, mais uma vez, o encontro entre arte, fé e memória. Fundada em 1992, a escola já formou mais de cinco mil alunos, muitos deles criadores de novas olarias, fortalecendo o artesanato local e garantindo que o conhecimento ancestral siga de mão em mão, de geração em geração.
Mantida pela Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura de São José, a Escola de Oleiros se tornou um espaço de formação, pesquisa e preservação da identidade josefense. Para o prefeito Orvino Coelho de Ávila, a trajetória da unidade representa um compromisso permanente com a cultura. “A Escola de Oleiros é um patrimônio vivo de São José. Cada peça de barro moldada ali carrega a nossa história, a identidade açoriana e o carinho das mãos que aprendem e ensinam. Celebrar esses 33 anos é reafirmar o compromisso da cidade com a cultura, com a educação e com as tradições que nos orgulham”, destaca o prefeito.
O secretário de Cultura e Turismo, Toninho da Silveira, lembra que a escola é um dos pilares da política cultural do município. “Quando falamos em São José como capital da louça de barro, estamos falando do trabalho que nasce dentro da Escola de Oleiros. São cursos gratuitos, mestres dedicados e milhares de alunos que levam essa arte para o mundo. A escola é um laboratório de criatividade, economia criativa e preservação da nossa história”, afirma o secretário.
A coordenadora da unidade, Tereza Bez, ressalta que a Escola de Oleiros é também uma grande porta de entrada para novas gerações de artesãos. “A arte do oleiro continua viva em São José porque a comunidade abraça essa tradição e porque a Escola de Oleiros mantém as portas abertas para quem deseja aprender. Somos a única escola da América Latina a oferecer gratuitamente cursos de roda tradicional, modelagem figurativa e modelagem diversa, sempre valorizando o saber dos nossos mestres”, enfatiza.
Hoje, os profissionais que atuam no espaço já representam a quarta geração de oleiros na cidade. “Nossos mestres Ivo, Ilson, Luciano e Myllene dedicam mais de duas décadas ao ensino da olaria, transmitindo conhecimentos que vêm desde os primeiros colonizadores de São José. A escola é o que é pela energia de todos que passam por aqui: alunos, professores e comunidade”, completa Tereza.
Neste ano, a tradicional exposição de Natal da Escola de Oleiros ganha o tema “Natal dos Presépios e das Árvores Natalinas”, reunindo peças produzidas pelos alunos e mestres nos últimos dois meses. Segundo a professora e mestra oleira Myllene Machado, cada elemento da mostra carrega um significado especial. “A árvore simboliza a continuidade da vida, a renovação e a esperança. A estrela em seu topo nos liga ao universo. O presépio tem como significado a união do divino com as coisas terrenas. Maria e José, pessoas comuns, foram escolhidos por Deus e receberam a responsabilidade de trazer ao mundo seu filho Jesus. É essa mistura de simplicidade, fé e humanidade que buscamos retratar na exposição”, explica.
Aberta ao público a partir de 1º de dezembro, a exposição convida moradores e visitantes a conhecerem de perto o trabalho dos oleiros de São José e a se conectarem com o espírito do Natal por meio da arte em barro, que há 33 anos transforma histórias, cria oportunidades e mantém viva a memória da cidade.
