A artista, pesquisadora e curadora Kamilla Nunes reúne os trabalhos do seu grupo de Orientação em Processos Artísticos e Curatoriais DESVIO na exposição Pavio, que abriu ao público na quinta-feira (12), no Memorial Meyer Filho. Trata-se do resultado de uma investigação que explora a criação artística como um fenômeno contínuo, desviante e colaborativo que está para além da mera produção de objetos estéticos.
“Os objetos transformam-se em um gesto que desvela as complexidades da experiência humana, as fronteiras entre o real e o imaginário, a crise da representação, a fragmentação da experiência e a busca por novas formas de subjetividade, se tornando um espaço dialógico e sobre os desafios e as possibilidades do mundo contemporâneo”, conceitua Kamilla.
A diversidade de linguagens e perspectivas elaboradas pelos artistas participantes revela trabalhos que resultam de pesquisas sobre a intimidade, a morte, a natureza e a artificialidade, a biologia e suas fabulações, as linhas dançantes e seus campos sólidos, e, por fim, a construção das paisagens psíquicas, sociais e culturais.
Segundo a curadora da exposição, o título “Pavio” está associado à condução como um princípio organizador da experiência artística, simbolizando também o dinamismo dos trabalhos presentes e a interconexão entre os elementos que os compõem. A pesquisa, enquanto motor desse processo, não se limita à coleta de dados e informações, mas se configura como uma imersão na criação constante de problemas sem resoluções, de perguntas sem respostas e de ficções sem verdades.
“Essa não é uma exposição temática, mas focada na experimentação, na pesquisa, nas possibilidades de criar combustíveis catalisadores e na ramificação de um problema em múltiplas direções. O acaso, o acidente e a imprevisibilidade colocam em questão o próprio fazer, enquanto se faz, questionando e reeditando constantemente as relações entre a arte e a vida, a estética e a política, a poética e a ética”, complementa Kamilla.
20 anos de ocupação
A presidente do Instituto Meyer Filho, Sandra Meyer, afirma que 2024 é significativo para a história do Memorial Meyer Filho. São 20 anos de ocupação da sala expositiva onde ocorrem as exposições e ações artísticas de forma independente ou em soma com artistas contemporâneos da cidade. A ampla programação é uma maneira de marcar a data e o trabalho de resistência e potência realizado no espaço. O Memorial Meyer Filho tem o apoio do Banco do Brasil e Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes.
Artistas
*adriane kirst*
*anamaria bruggemann*
*andrei detoni*
*camila saavedra*
*celaine refosco*
*ilca barcellos*
*katia véras*
*mary akemi*
*sandro clemes*
*sara ramos*
SERVIÇO:
Abertura: Exposição Pavio
Visitação de 13 de setembro a 04 de outubro
Funcionamento: de segunda a sexta, das 12h às 18h
Endereço: Memorial Meyer Filho, Praça XV de Novembro, 180, Centro, Florianópolis
Entrada gratuita