A tradição da cerâmica josefense segue ganhando reconhecimento dentro e fora de Santa Catarina. Após a Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros, localizada na Ponta de Baixo, levar mais de 100 peças para a mostra nacional “Sinta o Sul – Bioma Mata Atlântica”, no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Rio de Janeiro, agora é a vez da Casa Cor Florianópolis exibir a força e a identidade do artesanato de São José.
As peças, produzidas por mestres e alunos da Escola, serão utilizadas no ambiente da arquiteta Beatriz Tambosi, nascida e criada em Campinas, São José. A arquiteta, que desde o início da carreira busca valorizar suas raízes josefenses, escolheu integrar a produção cerâmica local como forma de representar a cultura e a história da cidade em seu projeto. “As peças que estarão no meu ambiente foram criadas especialmente para o projeto, por alunos e mestres da escola — e carregam em si muito mais do que estética: carregam história, pertencimento e afeto”, afirma Beatriz.
Para o secretário municipal de Cultura e Turismo, Antônio Carlos da Silveira, essa nova conquista reafirma o papel da Escola como referência nacional. “É um orgulho ver a nossa arte ultrapassando fronteiras. A Escola de Oleiros é um patrimônio vivo de São José. Levar essa tradição para um evento tão prestigiado como a Casa Cor é mostrar ao Brasil o talento e a identidade cultural que temos aqui”.
Fundada em 1992, a Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros é a primeira escola municipal da América Latina dedicada ao ofício. Com aulas gratuitas e turmas formadas por alunos entre 9 e 80 anos, a unidade oferece cursos de roda de oleiros, modelagem figurativa e modelagem diversas. A estrutura, que já abrigou uma fábrica de louças, mantém viva uma tradição que remonta ao século 18, quando famílias açorianas se estabeleceram na região e fizeram da produção de louça de barro uma das principais atividades econômicas de São José.
A coordenadora da Escola, Maria Terezinha Bez Vitório, destaca o orgulho de ver a arte josefense valorizada em grandes eventos. “Cada peça que sai da nossa escola carrega uma história e uma herança cultural centenária. Ver o trabalho dos nossos alunos e mestres sendo levado à Casa Cor é a certeza de que estamos cumprindo nossa missão: formar novos oleiros e manter viva a alma de São José”.
Atualmente, cerca de 200 alunos frequentam a escola. As inscrições para novos cursos ocorrem sempre em fevereiro, por meio de edital público. Além de manter viva a técnica e a arte do barro, a Escola de Oleiros também reafirma o compromisso de São José com sua história, cultura e identidade.