Durante as obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) João Paulo, em Florianópolis, a CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) promove um conjunto de ações para o controle de espécies transmissoras de doenças. Um dos pontos de atenção está nos tanques e outras estruturas de tratamento que acumulam água proveniente das chuvas e podem se tornar criadouros das larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Febre Amarela, Zika e Chikungunya. Por isso, é feito semanalmente, a aplicação de cloro para eliminação dos focos de proliferação do mosquito.
“São aplicados dois tipos de cloro, em pó e em pastilha. O em pó age imediatamente se diluindo na água, mas tem a desvantagem de evaporar rápido. Por isso, também colocamos a pastilha, que demora a ter uma ação inicial, mas tem efeito mais duradouro”, explica o biólogo Tomás Honaiser Rostirolla, que atua na supervisão ambiental das obras do SES Saco Grande.
Os cuidados para a prevenção do Aedes aegypti acontecem mesmo durante os meses de inverno. Isso porque, apesar do número de casos de Dengue e das outras arboviroses diminuírem na estação mais fria, os ovos do mosquito permanecem no ambiente por até um ano esperando as condições ideais para eclodirem. Com invernos menos rigorosos e ondas de calor mais frequentes, as condições ideais para o desenvolvimento das larvas tornam-se mais comuns. Desde o início do ano, Santa Catarina registrou uma explosão do número de casos registrados de Dengue, são 291.379 casos prováveis, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado, um aumento de 151,41% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nas obras de construção da ETE João Paulo, também são adotadas outras medidas preventivas para o combate aos focos de proliferação de vetores. Entre elas, estão a aplicação de procedimentos para o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos conforme as normas ambientais, a higienização dos espaços de convívio e a promoção de atividades de conscientização ambiental e treinamentos com os trabalhadores das obras.
As atividades de controle de vetores estão inseridas no Plano de Gestão Ambiental do Empreendimento e foram aprovadas pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). As obras de construção da ETE João Paulo e implantação de Sistema de Esgotamento Sanitário na região têm investimento total de R$ 129,6 milhões de reais com recursos garantidos junto à Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).