Não há mais como pensar em construções sem atrelá-las à sustentabilidade. Desde obras de infraestrutura aos prédios públicos, dos lares às adaptações de edificações antigas, a preocupação com materiais ‘verdes’, boas práticas e com a redução da emissão de poluentes são um consenso entre os profissionais da construção civil, arquitetura, decoração, entre outros, e deve ser estendida a toda a população, enquanto usuários do que é construído. Tudo isso foi discutido durante o Fórum EcoHomeLife, realizado nos dias 28 e 29 de junho, no Passeio Sapiens, em Florianópolis.
Com a participação de profissionais de referência no tema, foi consenso de que estas medidas são imperativas e atrasadas, principalmente diante dos efeitos cada vez mais frequentes do aquecimento global e da necessidade de preservar o meio ambiente. “Não pode mais ser possível a questão ser discutida em separado, ou ser apenas em uma disciplina acadêmica, dissociada do restante do universo da construção. A questão deve ser encarada como óbvia e obrigatória”, apontou Clarice Degani, engenheira e presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), em sua palestra na abertura do Fórum.
Para Flávio Schiavon, sócio da BSA – Baggio Schiavon Arquitetura, o (re) aproveitamento de recursos hídricos, energéticos e ambientais, além da utilização de produtos ambientalmente corretos são indispensáveis para selar uma obra sustentável.
Sócio-diretor da Petinelli, empresa de engenharia líder no Brasil em desempenho e bem-estar em edificações, Guido Petinelli enalteceu a importância dos edifícios sustentáveis, que estão criando patamares que em pouco tempo serão mantra para o setor da construção. Um dos exemplos citados está justamente em Florianópolis – a creche Hassis, na Costeira do Pirajubaé. “Trata-se do primeiro edifício público do Brasil com a classificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) – em português, Liderança em Energia e Design Ambiental. E temos outros exemplos em Santa Catarina e outros estados, que servem de referência para diversos países”, enfatizou.
Olavo Kucker, engenheiro e um dos palestrantes do segundo dia do evento, também ligado ao CBCS, alertou para as políticas públicas em consonância com o setor para a aplicação destas boas práticas. “E isso envolve plantar mais e mais sementes, principalmente na educação das crianças”, alertou como exemplo. Kucker frisou a importância do enfrentamento de prefeituras e vereadores ao problema com mais afinco, mesmo aquelas que já se vangloriam de estarem no caminho de conquistar o título de ‘cidade inteligente’.
O CREA-SC, patrocinador do evento, participou representando mais de 75 mil profissionais ligados à entidade. “O EcoHomeLife é essencial para fortalecer a engenharia, a agronomia e as geociências em Santa Catarina”, comentou o presidente Kita Xavier.
Segunda edição confirmada– Diante da receptividade e das contribuições para a discussão do tema central, os organizadores do evento garantiram uma próxima edição, provavelmente para março de 2025.